As Borboletas "Vanessa" na Filatelia

28-06-2019

As Borboletas "Vanessa" na Filatelia

por: Feliciano Flor

No início do séc. XVIII, a alta sociedade londrina incluía uma jovem de rara beleza, Ester Vanhomright, filha de rico mercador alemão, e que se apaixonou por Jonathan Swift, doutor em Teologia e mais tarde deão da Catedral de Dublin. Foi ele o criador do nome "Vanessa" num poema que dedicou àquela jovem, juntando as primeiras sílabas dos seus nomes " Van - Es (sa)". 

   Também o naturalista sueco Karl von Lineu vivia nesse tempo em Londres, onde terá conhecido o autor das "Viagens de Gulliver" e aquela jovem, que quis homenagear em 1758, quando agrupou duas borboletas da Família dos Ninfalídeos no Género "Vanessa". - as espécies "atalanta" (Red Admiral) e "cardui" (Painted Lady). Para outros autores, terá sido o entomologista Johan Christian Fabricius que em 1807 classificou o Género depois de encontrar mais duas espécies na Austrália e Nova Zelândia, escolhendo na mitologia da Grécia Antiga o nome "Phanessa" - atual Phanes, a divindade da procriação, que emergiu dum ovo cósmico ...

  A borboleta "Vanessa atalanta" é mais conhecida pelos nomes populares Almirante Vermelho ou "Vulcão", porque formam um círculo vermelho as listas das asas anteriores com a bordadura nas asas posteriores. Tem 55 a 65 mm de envergadura e hiberna no estado adulto. Migra na primavera, desde o norte de África e Mediterrâneo para o centro e norte da Europa.   

Selo Yvert 1085, série "Animais em perigo de extinção". 1985. Postal Máximo, ed. Druk unt Verlag (Suíça). Carimbo do 1º dia: 23-9-85
Selo Yvert 1085, série "Animais em perigo de extinção". 1985. Postal Máximo, ed. Druk unt Verlag (Suíça). Carimbo do 1º dia: 23-9-85

A "Vanessa urticae", classificada também "Aglais urticae" e com o nome popular de "borboleta das urtigas", plantas hospedeiras da espécie, tem menor envergadura - 40 a 50 mm. Caracterizada pela pelugem no tórax e nas patas e pelo rebordo com lúnulas azuis, das asas. Voa nas florestas e montanhas da Europa e na Ásia até ao Pacífico, desde Março a Outubro. É pouco migratória. 

Selo Yvert 992 da série "Borboletas", 1981, obliterado em York a 14-12-89. Postal Máximo, ed. "Press Foto" - Bratislava, fotografia de J. Brestovsky
Selo Yvert 992 da série "Borboletas", 1981, obliterado em York a 14-12-89. Postal Máximo, ed. "Press Foto" - Bratislava, fotografia de J. Brestovsky

A "Vanessa io", foi inicialmente classificada por Lineu (1758) como "Aglais io" e depois "Inachis io" (filha de Inachus, primeiro rei de Argos). A borboleta "Pavão" é inconfundível pelas grandes manchas ocelares e azuis nas asas de cor vermelha ferrugem, com envergadura 50 a 60 mm. Voa na Europa e na Ásia até ao Japão desde Agosto a Outubro, preferindo pradarias e orla da floresta.

Selo Yvert 2505, série "Borboletas", 4 val., 1993
Selo Yvert 2505, série "Borboletas", 4 val., 1993

A "Vanessa antiopa" (Lineu, 1758), espécie com o nome da esposa de Lico, rei de Tebas na Antiga Grécia, foi de início chamada "Nymphalis antiopa", é a borboleta "Manto de luto" pela imagem e cor castanha. Com envergadura de 70 a 83 mm, hiberna em prolongados períodos durante o Verão e tem longevidade de cerca de um ano. Dispersa em 37 países europeus, é facilmente reconhecida pela cor e pela bordadura amarela das asas (que fica branca depois de hibernar), tendo outra bordadura interior com ocelos azuis..

Selo Yvert 1330, série "Borboletas", apoio da WWF. Carimbo do 1º dia, em 26-5-1993. Postal Máximo Triplo, ed. "World Wide Fund for Nature", fotografia de Bruce Coleman
Selo Yvert 1330, série "Borboletas", apoio da WWF. Carimbo do 1º dia, em 26-5-1993. Postal Máximo Triplo, ed. "World Wide Fund for Nature", fotografia de Bruce Coleman
Selo Yvert 197, série "Insectos da Madeira". Carimbo do 1º dia, Funchal, em 19-2-97. Postal Máximo Triplo, ed. CTT, desenho de José Projecto
Selo Yvert 197, série "Insectos da Madeira". Carimbo do 1º dia, Funchal, em 19-2-97. Postal Máximo Triplo, ed. CTT, desenho de José Projecto

A "Vanessa indica" (Herbst,1794) tem a subespécie "vulcania" (Godart,1819) com habitat na Madeira e nas Canárias, que lhe terá dado o nome. Voa todo o ano em várias gerações. Com envergadura de 54 a 60 mm, tem nas asas anteriores pontos brancos na extremidade e grandes manchas disformes cor tijolo; asas posteriores de cor castanha têm lúnulas cor tijolo na bordadura. 

A "Vanessa myrinna" (Banded Lady) , classificada por Doubleday em 1849, é uma Borboleta dos Andes, com habitat em altitudes entre os 1800 e 3000 metros. Carateriza-se pela penugem no corpo e início das asas, bem como pela cor negra em vez da castanha, tendo manchas cor rosa, mas apresenta a face ventral mais cinzenta com ocelos brancos. 

A "Vanessa cardui" é a borboleta dos cardos, também chamada "Bela Dama", caraterizada pelas manchas brancas no ápice negro das asas anteriores, bem como pelos ocelos na face ventral de cor uniforme acastanhada. Tem envergadura de 50 a 80 mm, sendo sedentária em África. Emigra anualmente para a Europa, e calcula-se que percorra cerca de 1.600 Km ao longo da vida.

Selo Yvert 2718 da séries "Mariposas del Paraguay", 4 val., 1997
Selo Yvert 2718 da séries "Mariposas del Paraguay", 4 val., 1997
Selo Yvert 804, série "Borboletas de Gibraltar", 4 val., 1997
Selo Yvert 804, série "Borboletas de Gibraltar", 4 val., 1997

   Entre as dezenas de espécies agrupadas no género Vanessa encontram-se três que pertenciam ao Género Antanartia, com habitat no sul de África, e que foram reposicionadas com base em evidências moleculares: V. abyssinica (Felder, 1867), V. dimorphica (Howarth,1966) e V. hippomene (Hüber,1823). 

Algumas espécies, tradicionalmente incluídas em Géneros bem conhecidos, como p. ex. a Salamis aglatonice (Godart, 1819) e a Junonia orithia (Godart, 1824), transitaram também para o Género Vanessa, assim como outras que constam destes Blocos emitidos na Costa do Marfim, em 2012. 

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